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Cais do Porto

Endereço: Rua João Alfredo, esquina com Tiradentes, Navegantes, São Sebastião do Caí, RS.

O Cais do Porto de São Sebastião do Caí, é o Marco Zero da Estrada Rio Branco, que em meados de 1880, era a principal rota que ligava os imigrantes que desembarcavam na Lagoa dos Patos à Caxias do Sul. O escritor Luiz E. Brambatti, em seu livro “Estrada Rio Branco”, conta a história desta rota de emancipação, que também pode ser conferida através do site https://www.clicrbs.com.br/sites/swf/pio-estrada-riobranco/index.html.

De acordo com o professor Luiz Brambatti, um dos idealizadores do roteiro turístico que reproduz o caminho dos imigrantes, que desembarcaram em São Sebastião do Caí; na Rota Estrada Rio Branco, a viagem para o Rio Grande do Sul chegava até a cidade de Rio Grande. A partir de Pelotas, os imigrantes que desembarcavam na Serra Gaúcha ingressavam na Lagoa dos Patos e chegavam a Porto Alegre, onde desciam e pegavam outro barco. A viagem de embarcação a vapor de Porto Alegre a São Sebastião do Caí levava cerca de 12 horas.

O porto em São Sebastião do Caí era um projeto estratégico do governo imperial brasileiro para desenvolver a Serra. São Sebastião do Caí (na época, conhecido como Porto dos Guimarães, por ser propriedade de Antonio Guimarães) era o último ponto navegável do Rio Caí (o mais extremo e mais perto de Caxias) e, por isso, ponto de desembarque dos imigrantes que iam a Caxias. Os imigrantes embarcavam em lanchões – ou barcos maiores quando o rio estava cheio. A estrada Rio Branco só foi entregue à Câmara de São Sebastião do Caí em 11 de dezembro de 1884.

Pelo porto do Caí era escoada a produção das colônias alemãs do Vale do Caí e as colônias italianas de Caxias do Sul, Farroupilha, Flores da Cunha e outras.

No final do século XIX e início do século XX, a existência do porto em São Sebastião do Caí criou condições para uma fantástica prosperidade na cidade. Em poucas décadas, grandes fortunas foram criadas e estas fomentaram vários dos principais empreendimentos econômicos do estado.

Através do porto do Caí era escoada a produção de um território amplo e produtivo: as colônias alemãs do Vale do Caí (incluindo São José do Hortêncio, Bom Princípio, Harmonia, Tupandi, São Vendelino, Feliz, Alto Feliz, Vale Real, Linha Nova e Nova Petrópolis) e as colônias italianas de Caxias do Sul, Farroupilha, Flores da Cunha e outras.

Chegados da Alemanha e da Itália com cultura e tecnologia superior à dos luso-brasileiros, os colonos desta grande região tinham grande capacidade de produção, o que fez a região prosperar muito. E todos os negócios destes colonos passavam pelo porto do Caí. O que fez a cidade tornar-se um extraordinário pólo comercial.

Com isto, comerciantes da cidade, como Cristiano Trein, enriqueceram tremendamente. Até porque colonos alemães como ele tinham, também, tecnologia comercial superior à dos seus concorrentes luso-brasileiros.

Assim surgiram grandes fortunas, como as de Frederico Mentz e AJ Renner, que eram casados com filhas de Cristiano Trein e o sucederam nos seus negócios. Quando a atividade comercial caiense declinou, a partir de 1911 (com a construção da estrada de ferro que ligava Caxias do Sul a Porto Alegre), comerciantes ricos como Cristiano, destinaram as fortunas que haviam acumulado para financiar novos empreendimentos industriais, comerciais e financeiros dirigidos por pessoas ligadas a eles, como Frederico Mentz e AJ Renner.

Estes dois empresários caienses, que transferiram suas atividades para Porto Alegre, tiveram extraordinário destaque na economia gaúcha da primeira metade do século XX. E não foram os únicos exemplos de caienses que seguiram por este caminho.

Fonte Histórias Vale do Caí, Jornal Fato Novo, por Renato Klein.